sábado, 14 de outubro de 2017

His Dark Materials

Sabem aquele sentimento forte que surge quando acabamos um livro que muda a nossa vida para sempre? Quando terminamos a última página e nos sentimos felizes e tristes ao mesmo tempo porque nunca mais vamos encontrar algo igual e tão perfeito para lermos. É uma sensação de coração cheio e de vazio. A história está em nós, ela existe. Mas nunca mais a vamos poder experienciar pela primeira vez, novamente.
Foi o que me aconteceu quando terminei esta trilogia. 

Esta história é composta por três volumes: "Northern Lights", "The Subtle Knife" e "The Amber Spyglass", escritos por Philip Pullman. 


Tudo começa quando Lyra Belacqua. abandona Oxford. Acompanhada por o seu dæmon Pantalaimon, quer salvar o seu amigo que desapareceu misteriosamente, tal como várias outras crianças nas redondezas. A sua natureza curiosa também a faz querer saber o que tem de importante as auroras boreais e o que é o Pó, que tanto parece interessar aos académicos e à Igreja.

O que é um dæmon, perguntam vocês? Todos os humanos têm um. No universo de Lyra manifestam-se na forma de um animal, no nosso, são invisíveis e não os ouvimos. Mas todos os têm. Fazem parte de nós.
E o Pó? Que tem pó de importante? Tudo. Tudo gira à volta do Pó. É a coisa mais importante em todos os Universos.

No segundo livro somos apresentados à outra personagem principal: Will Parry e é aí que tudo muda.

O que ao início parece uma história infantil, ao seu tempo evolui e torna-se algo muito mais complexo. É errado dizer que são livros infantis. Não são. Têm tanto significado quando lido por adultos. São incríveis. Uma criança nunca vai entender tal complexidade - pode gostar e aprender com ele, mas nunca vai sentir o que um adulto sente. Um adulto vai sempre sentir tudo mais profundamente porque vai entender o verdadeiro significado da história.

É uma história de fantasia com elementos infantis, é verdade; tem feiticeiras, ursos blindados que falam, espectros, magia... Existem vários Mundos, cada um com os seus seres. E existe o nosso. Lyra é de um e Will é de outro. Juntos vão atravessar vários Universos Paralelos enquanto uma guerra nos Céus contra a Igreja e a Autoridade deflagra.

Mas não é só sobre isso que os livros nos falam. Falam sobre crescer, sobre amar, sobre sacrifício... Sentimentos e emoções que tornam os humanos aquilo que são. 
Toda esta história tem um significado muito mais profundo do que aparenta. É preciso ler para experienciar. Estamos a ler palavras e estamos a sentir o verdadeiro significado delas. 

Falei sobre tudo e sobre nada. Divaguei. Não consegui explicar sobre o que é esta história ao certo. Nem quero. Só quero expressar o quanto a amo. Arrependo-me de não os ter lido mais cedo...

Este mês vai sair um novo livro que vai dar início a uma nova trilogia ligada a "His Dark Materials". A pre-order já está feita e estou ansiosa para poder ter "La Belle Sauvage" nas mãos. As short-stories ("Lyra's Oxford" e "Once Upon A Time In The North") que acompanham os primeiros três livros não me preencheram o vazio.

Estes livros partiram-me o coração em mil pedacinhos e nunca mais vai voltar a ser o mesmo. Esta história vai fazer sempre parte de mim. 
Obrigado, Philip Pullman.

"I will love you forever, whatever happens. Till I die and after I die, and when I find my way out of the land of the dead, I'll drift about forever, all my atoms, till I find you again..."
"I'll be looking for you, Will, every moment, every single moment. And when we do find each other again, we'll cling together so tight that nothing and no one'll ever tear us apart. Every atom of me and every atom of you. We'll live in birds and flowers and dragonflies and pine trees and in clouds and in those little specks of light you see floating in the sunbeams... And when they use our atoms to make new lives, they won't just be able to take
one, they'll have to take two, one of you and one of me, we'll be joined so tight..."

Avenida Q

" - Vou ver um espetaculo musical de comédia... Com fantoches." - disse eu aos meus pais quando me perguntaram o que ia fazer naquela noite ao Casino de Lisboa. Riram-se e abanaram a cabeça. Pareceram desapontados por uma pessoa da minha idade pagar para ir ver fantoches. O que eles não sabiam é que era a Avenida Q.